Ou incentivamos nossas crianças gostarem de ler, ou não haverá sociedade saudável para ninguém

Não há outro caminho. A leitura é o passaporte para o desenvolvimento infantil. E é justamente o tipo de comportamento que se define ainda no período da infância que impactará seu convívio na sociedade.

Ler, portanto, contribuirá para que a criança cresça mais tranquila e certamente o hábito de ler a afastará de qualquer vício destrutivo.

A criança que cresce num ambiente em que se encontra livros com facilidade se torna mais atenta, criativa e, sobretudo, seletiva. Compreenderá que ler proporciona uma emoção indescritível que não é fugaz, muito menos possui efeitos colaterais.

Nossa missão deve ser incentivar a leitura, desde a primeira infância, ou não haverá sociedade saudável para ninguém. A situação pode ser analisada por todos nós, sem nenhuma necessidade de estudos minuciosos. Basta observar o nível de interpretação das pessoas de nossa geração, observar se nossos jovens tem o hábito de frequentar bibliotecas e/ou livrarias ou se não se interessam por elas. A maioria, reclama quando professores indicam livros. Isto se dá porque crescerem sem desenvolver o gosto pela leitura. Sabem que é preciso e importante ler, mas não desejam ler.

Precisamos incentivar nossas crianças gostarem de livros, gostarem de bibliotecas.

A partir dos resultados de uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasil Leitor comprovou-se que o acesso de crianças as bibliotecas contribui muito com diversas áreas do desenvolvimento, mais de 80% das crianças acompanhadas foram capazes de atingir o nível máximo de aprendizado depois que passaram a frequentar um espaço organizado de livros e brinquedos com a supervisão de educadores.

O estudo, realizado com crianças de 0 a 6 anos em São Paulo, demonstrou resultados sobre a criação de bibliotecas para a Primeira Infância. Elas foram analisadas, antes e depois da implantação das bibliotecas, em 32 competências de seis áreas: “linguagem e comunicação”, “relações sociais”, “iniciativa e noção de si”, “representação criativa”, “música e movimento” e “matemática e ciência”.

De acordo com os resultados, após a intervenção com as bibliotecas, subiu de 49% para 82% o nível de desenvolvimento geral das crianças. O percentual de alunos com nível máximo passou de 7% para 70%.

Fico imaginando como será linda uma sociedade composta por seres humanos com um nível de desenvolvimento geral de 82% em linguagem, comunicação, relações sociais, iniciativa, noção de si, representação criativa, musicalidade, movimento, matemática, ciência e suas correlações…

E a boa notícia é que um passo já sabemos: começar a levar as crianças às bibliotecas, apresenta-las ao maravilhoso mundo dos livros e então elas mesmas construirão suas vidas saudáveis e irão interferir positivamente na construção de uma sociedade saudável, produtiva e feliz.

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Marli Andrade

Psicanalista, Psicopedagoga e Doutora em Psicologia Social.

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Marli Andrade

Psicanalista, Psicopedagoga e Doutora em Psicologia Social. Autora do Programa de Educação Psicossocial, Motora, Alfabetizadora. Dedica-se exclusivamente à Formação Continuada de Professores e Pedagogos.

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